Aprecia cada gota de vida…
Pensa que algum dia será o último…
Consomes dia após dia avantajadas porções de existência
Mas vida, népia…
Ela escorre lentamente como grãos de areia pelos dedos,
Mas sua duração é um mero segundo…
Cada gota é imiscível com a seguinte,
E a anterior com a derradeira…
É uma questão de sentido dúbio…
Tanto é como não é…
Lentamente penosa, ou com um fulgor acelerado
E nós, meros espectadores,
Fantoches, digo…
O que escrevo hoje não tem sentido,
Talvez amanhã seja mais explicável,
A vida também escreve em nós,
E as suas metáforas, por vezes, não têm nexo…
É inerente ao decorrer das coisas
A vida é paralela ao existir,
Não por ter a mesma direcção,
Mas não se cruza…
E aqui estou eu sentada
Sem dar gozo ao que chamo de vida
Nesta insigne existência que me prende como uma corrente
Reserva apenas as memórias que te mantêm desperto…
A vida é feita de todos os alicerces e pedras…
Não tentes pontapear uma pedra para longe…
Desabarás sobre ti mesmo…
Recorda todas as tuas emoções, carícias
Abraços, beijos, mãos, sorrisos, olhares
Pois só assim conseguimos ser livres…
Carpe diem…