Thursday, June 15, 2006

O desabrochar da rosa
















Sala vazia de paredes brancas
Ecos de silêncio longo e eterno…
Perturbações ameaçam quebrar
O ar sereno de tanta quietude.
A sombra não consegue trajar as mesmas cores,
Aumentava a um ritmo leve e suave;
O seu vulto inundava a par e passo
A tonalidade alva das paredes,
Que se envolviam calmamente na bruma,
como o os raios do Sol se escondem nos recantos da penumbra.
Embora estivesse aprisionada,
A figura debatia-se e esperneava e,
Por fim, conseguiu desabrochar.
As suas leves vestes encarnadas
Inundaram o panorama neutro
Tal gritos como lâminas cortantes
Naquele pequeno reino de vida
Onde nascia uma cor, uma chama
E, embora prevalecesse um clima
De tranquilo silêncio eterno, era
Como que uma palavra solta o aroma
Que ela delicadamente exalava.
Tal sinestesia de sensações
Despertou a sala do longo sono,
Deleite de um olhar apaixonado,
Face embevecida de alguém que sonha.
A sombra tentava imitar o rosto.
Mas apenas a forma sombra se igualava.
Assim, continuava a ser apenas
Um mero esboço nas paredes brancas,
Não se sentindo o seu doce perfume…

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